Capsi-Ação  
 
6ª edição - Agosto-Setembro /1998
 
    O Capsi Ação é o jornal do Centro Acadêmico de Psicologia da Universidade Estadual Paulista Campus de Bauru. O Capsi Ação tem XXX anos de circulação e circula com XXX exemplares bimestralmente. Desde

Matérias desta edição:

Reportagem de capa: CPA comemora 25 anos de muito trabalho!
Você conhece o Psicoeventos?
Roubos no Capsi: alguns dados históricos
Bauru 10 anos?
Crítica: Cerveja enche a barriga?
Videoteca Capsi
Fique ligado!
 
 
Expediente: 
Redatores: Daniela A. Uga, Paulo J. Cunha, 
Colaboração: Lucila C. Neves, Adriana Eiko, Plínio Marcos 
Elaboração da versão em homepage: Flavio A. M. Pagliuco 
Agradecimentos: a todos os DAs e CAs da Unesp que com seu grande esforço e dedicação mantêm as entidades representativas dos estudantes, Faculdade de Ciências, Departamento de Psicologia, Conselho de Curso e todos que acreditam na união da força estudantil!
 

Centro de Psicologia Aplicada comemora 25 anos de muito trabalho!

    Ao completar 25 anos, o Centro de Psicologia Aplicada (CPA) da UNESP de Bauru, acumula uma história de trabalho árduo na formação do profissional psicólogo, sempre pautado nas exigências da realidade – especialmente dos setores da sociedade que não dispõem de recursos para bancar serviços particulares da Psicologia, bem como nos resultados de pesquisas que se propõem a investigar a realidade para conhecê-la e auxiliar na sua transformação.
Com 22 professores-supervisores, 62 alunos do curso de formação de psicólogos, 03 funcionários administrativos e uma psicóloga, o CPA se consolida como um centro de formação, pesquisa e extensão de serviços da Psicologia à comunidade, sempre em resposta às demandas da sociedade.

- Um pouco de história -

    O Centro de Psicologia Aplicada (CPA), hoje uma unidade auxiliar da Faculdade de Ciências e ligado ao Departamento de Psicologia, foi criado em setembro de 1973 com o duplo objetivo de reunir/coordenar as atividades de estágio necessárias para a obtenção do diploma de Formação de Psicólogo e de prestar atendimentos à população que não tem acesso aos serviços da Psicologia.
    A primeira unidade que tinha como coordenador o professor Willian Barbosa Gomes e foi organizada sob a direção do professor Geraldo José de Paiva (Chefe do Departamento de Psicologia na época), ficava na rua Antônio Alves. A equipe pioneira era formada por apenas nove pessoas entre coordenadores, professores e funcionários.
    Um ano depois, o CPA já estendia sua atuação para além da intervenção clínica. Começaram a ser desenvolvidos projetos nas áreas de Psicologia do trabalho e de Psicologia Escolar. Nessa época também já era realizado o trabalho com portadores de deficiência.
    Em 1977, já sob a Coordenação da Professora Carmem Leite Ribeiro Bueno, o CPA ganhou novo endereço – transferido para a rua Bandeirantes – e também uma nova atividade. O CPA credenciou-se ao Ciretram e passou a realizar, através  dos alunos estagiários, exames psicotécnicos para motoristas, prestando serviço inclusive para a Prefeitura Municipal de Bauru, na seleção de motoristas profissionais.
    Em 1980, esse serviço já havia sido desativado e o CPA mudou de sede mais uma vez, indo para a  rua Campos Salles na Vila Falcão, e uma nova área de atuação passou a fazer parte de nosso trabalho: a Psicologia Social e Comunitária.
    No ano de 1987, em parceria com a Secretaria de Higiene e Saúde, o CPA participou da criação do NAPS (Núcleo de Apoio Psico-Social) que funcionava no prédio do antigo Pronto Socorro, na rua Monsenhor Claro. Tratava-se de um projeto que enfocava a prevenção da Saúde Mental para a população até então excluída destes serviços, defendendo novas concepções acerca dos conhecimentos acumulados pela Psicologia, nas várias áreas possíveis de intervenção (Clínica, Social, Educação, Trabalho...). Isso garantiu uma mudança nas respostas às demandas, nas pesquisas desenvolvidas, no trabalho dos docentes, o que garantiu o enriquecimento da formação dos estagiários.
    Com a mudança do governo municipal, essa parceria se desfez e em 1990 o CPA foi transferido para a rua Araújo Leite. Nessa época já contávamos com 18 profssores/supervisores, 74 alunos, estagiários de fonoaudiologia da USC e uma psicóloga contratada a partir de 1993, para um atendimento médio de 247 clientes na sede do Centro, além dos trabalhos desenvolvidos junto a diversos setores da comunidade.
    O trabalho desenvolvido no CPA sempre foi divulgado e socializado junto à comunidade usuária e mesmo à comunidade acadêmico/científica. No entanto mais recentemente (a partir de 1995) essa difusão tem ocorrido de modo sistemático, por meio de encontros especialmente organizados para esta finalidade, abertos à participação externa.
    Em 1997, mudamos para sede própria que conquistamos graças ao empenho dos professores e supervisores do Departamento de Psicologia e do CPA, sempre apoiados pelos alunos que se fizeram representar nessa empreitada.

    Mudança no ambiente físico, mudanças na estrutura dos serviços oferecidos e no quadro de profissionais revelam que uma reflexão histórica aponta nova realidade no presente e um futuro promissor.
    Com espaço próprio, agora mais próximo do Departamento de Psicologia, o Centro de Psicologia Aplicada pode tanto ampliar o serviço prestado às demandas da sociedade, o desenvolvimento da pesquisa e de projetos de extensão, quanto garantir uma formação qualitativamente superior aos alunos do Curso de Psicologia.
    A integração entre as áreas de atuação tradicionais da psicologia (Clínica, Educação, Trabalho, Social) tem sido bastante enfocada – tanto informalmente, quando várias áreas se reunem para discutir um determinado atendimento, quanto por meio de projetos multidisciplinares encaminhados pelo grupo de supervisores/estagiários.

O resultado desses investimentos?

- Novas perspectivas teórico-práticas para que a Psicologia possa responder às necessidades da sociedade, colocando os conhecimentos da Psicologia a serviço da transformação de uma realidade injusta que exclui a maioria da  população do acesso aos bens produzidos e acumulados pela ciência. Nesse sentido desmocratizamos a Psicologia e a própria Universidade no espaço que lhe cabe enquanto formadora de profissionais da área, como geradora de conhecimentos e na atenção às demandas da sociedade.
- Novos projetos para o futuro: cursos de especialização para psicólogos já formados, o que resultará no fortalecimento do trabalho já desenvolvido e na possibilidade de buscarmos mais recursos junto às agências financiadoras.

    Nossos agradecimentos e homenagem especial a todos os alunos, professores/supervisores e funcionários que desde 1973 no CPA deixaram ainda deixam as marcas de sua competência, compromisso e esperança de que no futuro faremos um trabalho sempre melhor.
 
 
Um convite muito especial: dia 22/09/98, às 20h00 nos reuniremos para rever a história dos 25 anos de trabalho do CPA, participando de mesa redonda composta pelos seguintes ex-professores/supervisores do CPA: Profa. Carmen Leite Ribeiro Bueno, Prof. Dr. Geraldo José de Paiva, Prof. Dr. José Weber Freire Macedo e pela atual supervisora, Profa. Dra. Olga Maria P. R. Rodrigues, que vão debater o tema: “A inter, multi, transdisciplinaridade no Centro de Psicologia Aplicada: 25 anos de trabalho”.
 

Você conhece o Psicoeventos?

Através  dos Psicoeventos temos presenciado discussões  importantes para a nossa formação.

    Você já ouviu falar de Psicoeventos? Nós, do Capsi, esperamos que sim. Os Psicoeventos, nome dado às atividades extra-curriculares que o Capsi vêm realizando, surgiram da necessidade de se realizar eventos periódicos tais como palestras, mesas-redondas, cursos, workshops, com o objetivo principal de discutir e refletir sobre questões que consideramos importantes para a formação profissional de cada um. Chegou-se a cogitar que a criação dos Psicoeventos poderia fazer com que a Semana de Psicologia perdesse o seu brilho que lhe é peculiar, mas após várias reuniões concluímos que nossa área necessita de discussões periódicas sobre vários assuntos, e que a Semana não iria perder o seu brilho. Pelo contrário, o curso de Psicologia passaria a ter um brilho e um reconhecimento maior, já que realmente estaria interessado em discussões importantes.
    O primeiro evento desta série foi um grande sucesso, tanto de público como de crítica: a Mesa-redonda “Símbolo, Sonhos e Personalidade”, realizada com o Prof. Ari Fernando Maia, Profa. Lúcia Helena F. S. Agostinho e a Profa. Regina Furigo, foi responsável pela lotação absoluta da sala 01, por muitos elogios e até pela proposta de um professor  em transformá-la numa publicação. As convergências e divergências das visões de cada um sobre os fenômenos abordados enriqueceu muito as discussões e os debates.
    O segundo foi a mesa-redonda “Violência: Dificuldades, Reflexões e Possibilidades, onde participaram a Profª. Drª. Marilene Krom, Edinéia S. Cucci (Delegada de Ensino da cidade de Bauru), Marlene A. P. Pilon (Conselho Tutelar de Bauru) e Paulo Toledo (Movimento Cidadania e Segurança Urgente). Apesar do número relativamente pequeno de público, pudemos contar com a presença de figuras ilustres da cidade de Bauru, como a vereadora Maria José Majô Jandreice (PC do B) e a 3º sargento Maria de Lourdes Cardia, da 4ª Companhia de Trânsito da Policial Militar. Segundo o representante do Movimento Segurança e Cidadania Urgente,  Paulo Toledo, esta foi uma iniciativa muito importante, visto que a Unesp é a primeira Universidade de Bauru que traz para dentro de suas salas esta discussão, tão importante para a sociedade como um todo. As discussões renderam reflexões importantes em torno do tema, e o evento acabou sendo finalizado com a leitura de várias propostas de combate à violência, sendo que a principal e a considerada mais efetiva foi  feita pela delegada de ensino da cidade de Bauru Edinéia S. Cucci. A delegada do município declarou “abrir” as escolas de Bauru para possíveis projetos coordenados e executados por professores e alunos da Unesp-Bauru, para o combate à violência. O evento teve a cobertura da imprensa da cidade e contribuiu para uma Unesp mais integrada e preocupada com os problemas sociais da região.
    Para as férias de Julho foi programado também um curso: “Farmacologia Comportamental”,  que infelizmente não aconteceu. Isso nos levou a pensar na inviabilidade de se promover um curso nesse período.

Roubos no Capsi: alguns dados históricos

    Será que você está pensando: "Ué, o Capsi já foi roubado? O que tem para ser roubado na Capsi?" Ou ainda: "Quem teria a coragem de roubar algo do Capsi?" Pois é, o Capsi já foi roubado várias vezes. Mesmo sendo um Centro Acadêmico que não recebe verbas da Faculdade, e se mantém com seus singelos empreendimentos, a história nos conta que muitas vezes nosso querido Centro Acadêmico já foi vítima de pessoas que queriam somente para si os recursos e verbas da entidade. Não posso, infelizmente, depor sobre toda a história do Capsi , a época de seu surgimento, mas tenho uma idéia do que aconteceu nesta minha estadia desde 1994 no CAPSI.
    Através de documentos e notas fiscais, por exemplo, vemos que o Capsi comprou em 1994 vários materiais e pagou por serviços que não se encontram mais em sua sede. Por exemplo, constata-se que o Capsi comprou garrafas térmicas para uso na IV Semana de Psicologia, no entanto, no ano de 1995, nada havia mais no Capsi. No mesmo ano (1994), foram comprados e revelados vários filmes para as fotos da IV Semana de Psicologia, mas hoje nada se encontra no Capsi. Infelizmente, talvez as próprias pessoas que contribuíram para a organização do evento tenham se sentido no direito de ficar com estes materiais, como se tivessem merecido. Esqueceram-se que os recursos vinham dos alunos e deveriam ficar para lembrança e arquivo dos próprios alunos do curso de Psicologia.
    No início de 1996, quando tentávamos arrumar a máquina de xerox da entidade, chamamos um técnico especializado. Depois de deixar a máquina funcionando bem, esta pessoa nos cobrou a quantia de R$ 50,00, o que foi justo pelo combinado. O dinheiro foi entregue à uma aluna (cujo nome nem convém ser revelado aqui), que não pagou o valor ao técnico. Disse ela que entregou, enquanto o técnico disse que não recebeu. Na época, não sabíamos em quem acreditar, mas é fato que este funcionário não se esqueceu disso até hoje - e, com muita razão e certeza, ainda guarda mágoas de nossa entidade.
    Em 1997, após a festa “Prazeres da Carne”, foram roubadas quase 20 caixas de cerveja, o que nos deu um grande prejuízo, ou melhor, o lucro que a festa havia nos proporcionado praticamente foi anulado com a perda destas caixas de cerveja.
    Hoje o Capsi tem um problema também: há um bom tempo foi emprestada por um aluno a fita do filme “Freud Além da Alma”, comprada para utilização dos alunos do curso de Psicologia da Unesp-Bauru, e que não foi devolvida. Infelizmente, não se tem no Capsi o registro de quem emprestou a fita, mas sabe-se que é alguém da Unesp.
    Pedimos a todos a colaboração e a consciência de que o que é do Capsi, não é para uso particular de ninguém. O que é do Capsi, deve ser de uso de todos os alunos do curso de Psicologia. Temos que preservar a integridade de nossos bens, através da dignidade de nossos atos.

Bauru 10 anos?

    Em agosto de 1998, o câmpus da Unesp de Bauru comemorou 10 anos de encampação. Os meus Parabéns!  E mesmo esta data sendo tão propícia para grandes reflexões, o que se presenciou  foi uma solenidade com toda  pompa que se tinha direito.  A mesma se realizou no Anfiteatro Guilhermão onde se  pronunciaram: Diretores das três faculdades, representante discente, docente e dos servidores além é claro da diretora do GAC e do magnífico Sr. Reitor Antônio Manuel.  Tal solenidade contou também com a apresentação das crianças da creche da Unesp e do Coral , que se mostrou afinadíssimo.  A única coisa que faltou  foi a  presença dos alunos do Câmpus que em sua maioria não ficou sabendo das comemorações.
    Para encerrar tal data, todos os presentes na solenidade se dirigiram à Assuneb e puderam desfrutar de um delicioso almoço.  Por fim esta data merece ser lembrada e comemorada não só pelo que  fizeram parte de sua história, mas principalmente por nós, estudantes que  somos em grande parte os agentes de sua história atual.

    Ana Carolima de Lima Vieira

Crítica: Cerveja enche a barriga?

    Quanto custa um espaço para um show de rock? Depende, do local e das circunstâncias. Se for, por exemplo, no Kart Indoor ou no Cowntry Club, não sai por menos de cinco mil reais. Tá  certo que são locais cobertos que protegem da chuva. Mas o que pode ser uma simples chuva perto de um local, digamos assim, de fácil acesso (quando a intenção não é achar  a entrada do campus) e cedido a preço de cerveja.
    Os produtores alegam que só fizeram o show na Unesp a pedido da direção e, por isso, o show não teve tanta bilheteria. Mas diga lá, nestas três edições do evento em Bauru, houve alguma vez um público muito maior? Seria muito, ainda, dizer  que o festival só ocorre na cidade sanduíche pela proximidade da fábrica de Agudos? Agudez é o que não falta nas jogadas dessas empresas que nunca brincam em serviço. Além do mais, esse tipo de evento pode até dar prejuízo, pois o que importa é a divulgação e a publicidade da cervejaria. Só mesmo a chuva é capaz de atrapalhar um pouco a orgia. E como sempre, o maior prejudicado é sempre o público, o pagante que não tem camarote.
    Voltando a falar sobre os outros atos humanos, mas nem por isso menos libidinosos, o que a Unesp ganhou ao ceder quase que gratuitamente o espaço em frente ao Guilhermão para um show de rock? Seria uma superstição para favorecer o Mercado de Peixe (alguém já foi a alguma festa da Unesp em que eles não tocaram?)?
    A pergunta, talvez, deva ser outra para se evitar uma acusação sobre teoria conspiratória desse texto: o que deixamos de ganhar ao ceder  gentilmente o espaço público para a venda de ingressos para um festival de rock de uma cervejaria? Números não são difíceis de serem quantificados, mas não é esse o X da questão. O fato é que o público pagou para entrar num espaço público. E o pior de tudo, a Unesp não teve direito sequer a uma  porcentagem da bilheteria, já que por lei é proibido alugar terrenos do Estado.
    O acordo entre universidade e cervejaria foi político e o que se discute é justamente o ganho político dessa negociata. O revelado oficialmente pela direção foi que a Unesp não ganhou nada (eles mesmos admitem!). Permitiu-se que o show fosse realizado no campus como uma atividade cultural para a comunidade, recebendo em troca a divulgação do nome da Unesp e a permissão para que a universidade incluisse o show junto ao calendário de comemorações dos 10 anos da Unesp/Bauru. Detalhe: a cervejaria conseguiu convencer a direção que divulgar o local do show é o mesmo que divulgar o nome da Unesp e o seu decênio. Que “(in)descência”!
    Mas não foi somente a grande divulgação do seu nome que a Unesp ganhou dos cervejeiros. Graças ao profissionalismo da empresa cada professor e funcionário ganharam um convite personalizado para o almoço de confraternização. Além de um adesivo para que todos estampem em seus carros o sucesso de 10 anos de um “ensino público, gratutito e de qualidade”. Definitivamente, essa empresa faz descer redondo.
    A Unesp ganhou ainda  30 caixas de cerveja para a  bebedeira dos decanos de Bauru.
    Na terra de Pindorama, cerveja basta para encher a barriga. E você, tomô (sic)?
 
    Darlan Alvarenga

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