Matérias desta edição:
Reportagem de capa: CPA comemora 25 anos de muito trabalho!
Você conhece o Psicoeventos?
Roubos no Capsi: alguns dados históricos
Bauru 10 anos?
Crítica: Cerveja enche a barriga?
Videoteca Capsi
Fique ligado!
Expediente:
Redatores: Daniela A. Uga, Paulo J. Cunha, Colaboração: Lucila C. Neves, Adriana Eiko, Plínio Marcos Elaboração da versão em homepage: Flavio A. M. Pagliuco Agradecimentos: a todos os DAs e CAs da Unesp que com seu grande esforço e dedicação mantêm as entidades representativas dos estudantes, Faculdade de Ciências, Departamento de Psicologia, Conselho de Curso e todos que acreditam na união da força estudantil! |
- Um pouco de história -
O Centro de Psicologia Aplicada (CPA), hoje uma unidade
auxiliar da Faculdade de Ciências e ligado ao Departamento de Psicologia,
foi criado em setembro de 1973 com o duplo objetivo de reunir/coordenar
as atividades de estágio necessárias para a obtenção
do diploma de Formação de Psicólogo e de prestar atendimentos
à população que não tem acesso aos serviços
da Psicologia.
A primeira unidade que tinha como coordenador o
professor Willian Barbosa Gomes e foi organizada sob a direção
do professor Geraldo José de Paiva (Chefe do Departamento de Psicologia
na época), ficava na rua Antônio Alves. A equipe pioneira
era formada por apenas nove pessoas entre coordenadores, professores e
funcionários.
Um ano depois, o CPA já estendia sua atuação
para além da intervenção clínica. Começaram
a ser desenvolvidos projetos nas áreas de Psicologia do trabalho
e de Psicologia Escolar. Nessa época também já era
realizado o trabalho com portadores de deficiência.
Em 1977, já sob a Coordenação
da Professora Carmem Leite Ribeiro Bueno, o CPA ganhou novo endereço
– transferido para a rua Bandeirantes – e também uma nova atividade.
O CPA credenciou-se ao Ciretram e passou a realizar, através
dos alunos estagiários, exames psicotécnicos para motoristas,
prestando serviço inclusive para a Prefeitura Municipal de Bauru,
na seleção de motoristas profissionais.
Em 1980, esse serviço já havia
sido desativado e o CPA mudou de sede mais uma vez, indo para a rua
Campos Salles na Vila Falcão, e uma nova área de atuação
passou a fazer parte de nosso trabalho: a Psicologia Social e Comunitária.
No ano de 1987, em parceria com a Secretaria
de Higiene e Saúde, o CPA participou da criação do
NAPS (Núcleo de Apoio Psico-Social) que funcionava no prédio
do antigo Pronto Socorro, na rua Monsenhor Claro. Tratava-se de um projeto
que enfocava a prevenção da Saúde Mental para a população
até então excluída destes serviços, defendendo
novas concepções acerca dos conhecimentos acumulados pela
Psicologia, nas várias áreas possíveis de intervenção
(Clínica, Social, Educação, Trabalho...). Isso garantiu
uma mudança nas respostas às demandas, nas pesquisas desenvolvidas,
no trabalho dos docentes, o que garantiu o enriquecimento da formação
dos estagiários.
Com a mudança do governo municipal, essa
parceria se desfez e em 1990 o CPA foi transferido para a rua Araújo
Leite. Nessa época já contávamos com 18 profssores/supervisores,
74 alunos, estagiários de fonoaudiologia da USC e uma psicóloga
contratada a partir de 1993, para um atendimento médio de
247 clientes na sede do Centro, além dos trabalhos desenvolvidos
junto a diversos setores da comunidade.
O trabalho desenvolvido no CPA sempre foi divulgado
e socializado junto à comunidade usuária e mesmo à
comunidade acadêmico/científica. No entanto mais recentemente
(a partir de 1995) essa difusão tem ocorrido de modo sistemático,
por meio de encontros especialmente organizados para esta finalidade, abertos
à participação externa.
Em 1997, mudamos para sede própria
que conquistamos graças ao empenho dos professores e supervisores
do Departamento de Psicologia e do CPA, sempre apoiados pelos alunos que
se fizeram representar nessa empreitada.
Mudança no ambiente físico, mudanças
na estrutura dos serviços oferecidos e no quadro de profissionais
revelam que uma reflexão histórica aponta nova realidade
no presente e um futuro promissor.
Com espaço próprio, agora mais próximo
do Departamento de Psicologia, o Centro de Psicologia Aplicada pode tanto
ampliar o serviço prestado às demandas da sociedade, o desenvolvimento
da pesquisa e de projetos de extensão, quanto garantir uma formação
qualitativamente superior aos alunos do Curso de Psicologia.
A integração entre as áreas
de atuação tradicionais da psicologia (Clínica, Educação,
Trabalho, Social) tem sido bastante enfocada – tanto informalmente, quando
várias áreas se reunem para discutir um determinado atendimento,
quanto por meio de projetos multidisciplinares encaminhados pelo grupo
de supervisores/estagiários.
O resultado desses investimentos?
- Novas perspectivas teórico-práticas para que a Psicologia
possa responder às necessidades da sociedade, colocando os conhecimentos
da Psicologia a serviço da transformação de uma realidade
injusta que exclui a maioria da população do acesso
aos bens produzidos e acumulados pela ciência. Nesse sentido desmocratizamos
a Psicologia e a própria Universidade no espaço que lhe cabe
enquanto formadora de profissionais da área, como geradora de conhecimentos
e na atenção às demandas da sociedade.
- Novos projetos para o futuro: cursos de especialização
para psicólogos já formados, o que resultará no fortalecimento
do trabalho já desenvolvido e na possibilidade de buscarmos mais
recursos junto às agências financiadoras.
Nossos agradecimentos e homenagem especial a todos
os alunos, professores/supervisores e funcionários que desde 1973
no CPA deixaram ainda deixam as marcas de sua competência, compromisso
e esperança de que no futuro faremos um trabalho sempre melhor.
Um convite muito especial: dia 22/09/98, às
20h00 nos reuniremos para rever a história dos 25 anos de trabalho
do CPA, participando de mesa redonda composta pelos seguintes ex-professores/supervisores
do CPA: Profa. Carmen Leite Ribeiro Bueno, Prof. Dr. Geraldo José
de Paiva, Prof. Dr. José Weber Freire Macedo e pela atual supervisora,
Profa. Dra. Olga Maria P. R. Rodrigues, que vão debater o tema:
“A inter, multi, transdisciplinaridade no Centro de Psicologia Aplicada:
25 anos de trabalho”.
Você já ouviu falar de Psicoeventos?
Nós, do Capsi, esperamos que sim. Os Psicoeventos, nome dado às
atividades extra-curriculares que o Capsi vêm realizando, surgiram
da necessidade de se realizar eventos periódicos tais como palestras,
mesas-redondas, cursos, workshops, com o objetivo principal de discutir
e refletir sobre questões que consideramos importantes para a formação
profissional de cada um. Chegou-se a cogitar que a criação
dos Psicoeventos poderia fazer com que a Semana de Psicologia perdesse
o seu brilho que lhe é peculiar, mas após várias reuniões
concluímos que nossa área necessita de discussões
periódicas sobre vários assuntos, e que a Semana não
iria perder o seu brilho. Pelo contrário, o curso de Psicologia
passaria a ter um brilho e um reconhecimento maior, já que realmente
estaria interessado em discussões importantes.
O primeiro evento desta série foi um grande
sucesso, tanto de público como de crítica: a Mesa-redonda
“Símbolo, Sonhos e Personalidade”, realizada com o
Prof. Ari Fernando Maia, Profa. Lúcia Helena F. S. Agostinho e a
Profa. Regina Furigo, foi responsável pela lotação
absoluta da sala 01, por muitos elogios e até pela proposta de um
professor em transformá-la numa publicação.
As convergências e divergências das visões de cada um
sobre os fenômenos abordados enriqueceu muito as discussões
e os debates.
O segundo foi a mesa-redonda “Violência:
Dificuldades, Reflexões e Possibilidades”, onde participaram
a Profª. Drª. Marilene Krom, Edinéia S. Cucci (Delegada
de Ensino da cidade de Bauru), Marlene A. P. Pilon (Conselho Tutelar
de Bauru) e Paulo Toledo (Movimento Cidadania e Segurança
Urgente). Apesar do número relativamente pequeno de público,
pudemos contar com a presença de figuras ilustres da cidade de Bauru,
como a vereadora Maria José Majô Jandreice (PC do B)
e a 3º sargento Maria de Lourdes Cardia, da 4ª Companhia de
Trânsito da Policial Militar. Segundo o representante do Movimento
Segurança e Cidadania Urgente, Paulo Toledo, esta foi uma
iniciativa muito importante, visto que a Unesp é a primeira Universidade
de Bauru que traz para dentro de suas salas esta discussão, tão
importante para a sociedade como um todo. As discussões renderam
reflexões importantes em torno do tema, e o evento acabou sendo
finalizado com a leitura de várias propostas de combate à
violência, sendo que a principal e a considerada mais efetiva foi
feita pela delegada de ensino da cidade de Bauru Edinéia S. Cucci.
A delegada do município declarou “abrir” as escolas de Bauru para
possíveis projetos coordenados e executados por professores e alunos
da Unesp-Bauru, para o combate à violência. O evento teve
a cobertura da imprensa da cidade e contribuiu para uma Unesp mais integrada
e preocupada com os problemas sociais da região.
Para as férias de Julho foi programado também
um curso: “Farmacologia Comportamental”, que infelizmente
não aconteceu. Isso nos levou a pensar na inviabilidade de se promover
um curso nesse período.
Ana Carolima de Lima Vieira